Consoante as fontes, assim parece variar a
dimensão da área de florestas em Portugal.
De acordo
com o 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6), da responsabilidade do
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a área florestal
em Portugal Continental era, em 2010, de 3.154.800
hectares, com uma taxa de arborização (superfície territorial ocupada por
florestas) de 35,4%. Em consonância
com este inventário, entre 1995 e 2010, a área florestal continental de
Portugal regrediu 150.611 hectares, a um ritmo anual média de 10.040 hectares.
O mesmo será dizer que, em Portugal Continental, desde 1995 se evidencia uma
taxa de desflorestação média anual equivalente à área da cidade (concelho) de
Lisboa. Estes cerca de 150 mil hectares inserem-se nos que o ministro da
Agricultura anunciou querer recuperar em duas legislaturas.
Todavia,
de acordo com um estudo recente, desenvolvido na Direção Geral do Território
(DGT), citado pelo jornal Público, também referente ao período de 1995 a 2010,
os valores serão distintos dos avançados pelo IFN6 (este apenas relativos ao
Continente). Assim, conforme divulgado, a taxa de arborização em Portugal, em
2010, situava-se nos 39%, ou seja, a
área florestal portuguesa registada seria de cerca de 3.596.200 hectares. Ainda de acordo com o citado estudo, no período
de 1995 a 2010 foi registado um acréscimo de área na ordem dos 200 mil
hectares. É pouco provável, contudo, que o diferencial de área florestal registada
entre o IFN6 e o estudo da DGT respeite apenas às Regiões Autónomas.
Certo é
que, os técnicos mencionam que, entre o inventário do ICNF e o estudo desenvolvido
na DGT, os objetivos, as especificações técnicas, a base metodológica, a nomenclatura
e os conceitos utilizados diferem. Os resultados também e muito
substancialmente. Quais os internacionalmente vinculativos? Os que o não sejam
serão mero desperdício de fundos públicos.
Em
todo o caso, a área de plantações de eucalipto identificada pela DGT em 2010,
de 848 mil hectares, e mais consonante com a registada pela Semapa em 2016, de
817 mil hectares, face à levantada no decurso do IFN6 relativamente a 2010, de aproximadamente
812 mil hectares.
Mas, há
mais! De acordo com o Eurostat, em 2015, a área florestal em Portugal é considerada
em 3.182.100 hectares, correspondente
a uma taxa de arborização de cerca de 34,5%.
Supõe-se que, neste caso, os objetivos, as especificações técnicas, a base metodológica,
a nomenclatura e os conceitos utilizados tenham coincidido com as do IFN6.
Ainda de acordo com os números apontados pelo Eurostat, entre 1990 e 2015, a área
florestal de Portugal contraiu cerca de 254 mil hectares, ou seja, em média, cerca
de 10,2 mil hectares por ano durante um quarto de século.
Talvez seja conveniente o Governo optar,
definitivamente, pelo levantamento anual de dados para o inventário permanente das
florestas em Portugal. Mais ainda num país com forte suspeita de incontrolada desflorestação,
onde existe uma prolongada situação de subaproveitamento e sobre-exploração de
recursos florestais.
Sem comentários:
Enviar um comentário