domingo, 18 de junho de 2017

O país do faz de conta… arde. Vai tudo ficar na mesma?

A Acréscimo manifesta pesar pelas vitimas do incêndio em Pedrógão Grande. Manifesta ainda a sua solidariedade aos sapadores florestais e bombeiros que atuam no combate aos vários incêndios ativos em Portugal.

Seria de esperar uma tragédia desta? Era e continuará a ser apenas uma questão de tempo! Parte significativa do território está convertido numa armadilha, outra parte está a caminho do deserto.


No país do faz de conta, o Governo definiu como limite a inexistência de vítimas humanas dos incêndios. Já não se trata de proteger as florestas, nem sequer o património ou os animais. Infelizmente, falhou! A probabilidade de continuar a falhar persiste dramaticamente elevada.


No país do faz de conta, o Governo anunciou ter preparada toda a estrutura de combate aos incêndios. Decidiu, contudo, em vésperas de época de incêndios, desestabilizar os bombeiros com argumentações inconsistentes e estratégias de última hora!

No país do faz de conta, o Governo, como os anteriores, têm ao seu dispor, desde 1996, uma Lei de Bases da Política Florestal aprovada por unanimidade no Parlamento, antes objeto de amplo consenso na sociedade. Insiste em mantê-la na gaveta! Pior, em torpedeá-la insistentemente!

No país do faz de conta, o Governo persiste em criar grupos interministeriais, conselhos, comissões, em definir planos e redefinir planos. No último quarto de século, o país tem uma taxa de desflorestação anual de 10 mil hectares, o equivalente à área da cidade de Lisboa. Na prática, cada um olha a floresta por si e em função dos interesses que representa ou tutela!

No país do faz de conta, o Governo anunciou querer conter a expansão das plantações de eucalipto, associada que está essa expansão ao aumento do risco de incêndio. Todavia, essas plantações persistem em pulular perigosamente pelo território!

No país do faz de conta, o Governo anunciou dispor de centenas de milhões de euros para apoio às florestas. Todavia, a disponibilização de apoios ou está por fazer, ou vai saindo a conta gotas e (quiçá, estrategicamente) longe das áreas de maior risco de incêndio!

No país do faz de conta, o Governo insinuou que com uma reforma das florestas tudo passaria a estar melhor. Fez insistentes apelos ao consenso. As medidas que o país precisa para atenuar os riscos associados às florestas, não são compatíveis com consensos! Basta!


Vai tudo ficar na mesma? Até quantas mais vítimas humanas? Até quanto mais património e território destruídos? Vai-se continuar a medir as florestas apenas pelo peso nas exportações, a que preço?


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