A Acréscimo tem vindo a colocar,
desde meados de 2013, um conjunto de questões genéricas sobre os apoios que,
desde a adesão à Comunidade Económica Europeia, têm sido programados para as florestas
em Portugal.
Estes apoios públicos são
definidos no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) e dos vários
Orçamentos do Estado, tendo sido atribuídos ao longo dos vários Quadros
Comunitários de Apoio (QCA).
Têm sido estas as questões
colocadas:
- Em termos genéricos:
1 - Existem
estudos de avaliação de desempenho por QCA, ao longo dos 28 anos decorridos de
apoios da PAC às florestas em Portugal, que sirvam de diagnóstico à preparação
do próximo quadro (PDR 2020)?
2 - Na
sequência dos fundos públicos investidos nas florestas portuguesas desde 1989,
qual o retorno registado para a Sociedade, quer em termos económicos, mas
também nos planos social e ambiental?
3 – Quais os
impactos dos fundos da PAC ao nível dos principais riscos que se têm colocado
às florestas em Portugal nos últimos 28 anos, concretamente no que respeita aos
incêndios florestais, mas também às pragas e às doenças?
4 - Quais os impactos dos fundos
da PAC ao nível dos números expressos nas Contas Económicas da Silvicultura,
publicadas pelo INE? Como explica o Ministério da Agricultura o declínio
progressivo do peso do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura no VAB
nacional registado nos últimos 28 anos?
VAB
SILVICULTURA / VAB NACIONAL
5 – Qual a
explicação para a forte redução do emprego no setor florestal, de mais de 160
mil postos de trabalho, apesar do forte investimento público nas florestas, ao
longo dos últimos 28 anos?
6 – Como
explica o Ministério da Agricultura a desflorestação ocorrida no País nos
últimos 28 anos, em mais de 150 mil hectares e em contraciclo com a União
Europeia, isto apesar dos significativos apoios públicos às florestas em
Portugal?
- Em termos específicos:
7 – Nos apoios atribuídos desde
1989, quais as áreas por espécie florestal, por região e por Quadro Comunitário
de Apoio (QCA), que resultaram dos investimentos cofinanciados pelos fundos
públicos?
8 - Houve
interseção de áreas objeto de cofinanciamento público entre os diferentes QCA, ou seja, houve
áreas intervencionadas por mais do que uma vez e para o mesmo tipo de
investimento (florestação-incêndio-reflorestação)? No caso das interseções, quais
as áreas envolvidas e os montantes financeiros envolvidos?
9 – Face aos
montantes investidos pelos fundos públicos em pinheiro bravo, como se explica a
regressão de área desta espécie em Portugal nos últimos 28 anos (menos cerca de
390 mil hectares?
10 - Face aos
montantes investidos pelos fundos públicos em sobreiro, como se explica a
manutenção de área desta espécie em Portugal ao fim destes 28 anos?
- Quanto ao
futuro:
11 – Como será
mensurado o retorno económico, social e ambiental esperado no apoio público às
florestas a inscrever no PDR 2020, a
suportar por fundos da PAC e do Orçamento do Estado entre 2014 e 2020?
12 – Face às
crescentes preocupações decorrentes das Alterações Climáticas, manifestadas desde
longa data quer a nível nacional quer internacional, mais recentemente no
quadro das próprias Nações Unidas, qual o impacto do PDR 2020 na mitigação dos impactos negativos do
aumento de riscos daí decorrentes, designadamente ao nível dos incêndios florestais
e da desertificação?
O presente mês de maio é também um mês de eleições
para o Parlamento Europeu. Está é pois uma oportunidade única para os eleitores
terem ao seu dispor as informações necessárias para avaliar o desempenho dos
eleitos e as propostas dos que se apresentam agora para o desempenho de funções
legislativas na União Europeia.
Neste contexto, a Acréscimo insistirá, junto da
ministra da Agricultura, para que as respostas às questões ora colocadas possam
ser disponibilizadas aos eleitores em tempo útil para a sua decisão de voto.
Sem comentários:
Enviar um comentário