Na sequência da nota à
Imprensa emitida pela direção da Acréscimo a 8 de outubro último, intitulada “A
indústria papeleira portuguesa – mitos e realidade”, foi rececionado neste blogue o comentário que se transcreve
na íntegra:
“A propaganda atingiu o seu clímax
histórico com o Sr. Himmler.
A receita
(que nunca mais se perdeu) era misturar meias verdades, com mentiras descaradas
e ligá-las com ódio. Muito ódio.
É o que
leio aqui. Propaganda (se a houver) não se combate com mais propaganda. É por
isso que venho criticando a Acréscimo (e a sua direcção) depois de me ter
entusiasmado e iludido com a sua criação.
João M. A.
Soares”
Á partida poderia
tratar-se de um entre muitos comentários que pululam na Internet. Todavia, o
mesmo é subscrito por alguém que ocupou cargos de relevo no setor florestal
nacional: presidente do Instituto dos Produtos Florestais (organismo extinto), diretor-geral
da Direção-Geral Florestas (atual Instituto de Conservação da Natureza e das
Florestas), secretário de Estado das Florestas,
outros a nível da União Europeia e na FAO, bem como na
administração ou de assessoria às administrações de empresas da indústria de pasta
e papel, para além de ser um dos principais mentores do Manifesto pela Floresta
contra a Crise, publicamente lançado no semanário Expresso no final de 2011.
A leitura do comentário permite
retirar uma única conclusão: a incapacidade para
contra argumentar seriamente os pontos expostos pela Acréscimo.
O mesmo é referir que, as
“mentiras descaradas” e as “meias verdades” apontadas pela Acréscimo não são as “mentiras”
e as “meias verdades“ que se quer fazer crer. Regista-se assim o estrondoso incómodo.
Quanto a “ódios”, está a indústria longe de os merecer. Há sim que considerar a existência de diferentes visões sobre política florestal, diferentes
visões sobre o funcionamento dos mercados, diferentes visões sobre a
sustentabilidade dos recursos, diferentes visões sobre onde se deve centrar a
estratégia de empresas que sobrevivem à custa desses recursos, das famílias e
do Território. Diferentes visões que podem levar a diferentes/melhores
resultados dos atualmente constatados. Contudo, regista-se
que, na falta de contra argumentação, sempre é mais fácil
recorrer à adjetivação.
A referência a um dos mentores do
nacional-socialismo está pura e simplesmente fora de contexto e propósito, não merecendo
sequer comentário.
Sobre entusiasmos e ilusões:
desiludam-se os que identificaram a Acréscimo como mais uma marionete.
Efetivamente, ao contrário destas, não estamos para venda nem para aluguer. Estamos
sim disponíveis, como desde o início o comunicámos, para abraçar parcerias
que se enquadrem no conceito de desenvolvimento sustentável e nos princípios de
responsabilidade social.
Reforçamos por isso o último
parágrafo da nota de 8 último:
“Seguramente,
não é este o tipo de investimento, extrativo e insustentável, que a Acréscimo
defende para os espaços florestais e para o setor industrial de base florestal
em Portugal.”
Ambos sabemos que eu tenho razão quando falo de "ódio, muito ódio". É pena que seja misturado de forma capciosa num debate que podia ser sério. Por mim, estamos conversados. Jsoares
ResponderEliminarDefinitivamente, creio estarmos perante um problema de comunicação, ou da falta dela (não que se tenha tentado). Não vislumbro a que "ódios" faz referencia. Muito provavelmente, "vêem-se" vínculos que não existem. Aliás, o que caracteriza actualmente a Acréscimo é a ausência de vínculos de âmbito sectorial, corporativo, financeiro ou politico-partidário.
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