Ao sexto mês do ano, o
Governo ainda não tornou públicos os dados sobre a expansão da área de eucalipto em Portugal. Continuam por ser
tornados públicos os indicadores relativos ao regime jurídico das ações de arborização e rearborização (RJAAR) relativos
ao período de 1 de junho a 31 de dezembro de 2017.
No âmbito do RJAAR, dos
dados conhecidos até 30 de junho de 2017constatou-se que o atual Governo é responsável
por 57% das validações e aprovações de ações de expansão da área de eucalipto
em Portugal. Conhecido é igualmente o número recorde de plantas de eucalipto disponíveis
(certificadas pelo ICNF) para comercialização no final de 2017, na ordem dos 40
milhões. De informações do terreno, surgem relatos de validações e aprovações
em locais de baixa ou muito baixa produtividade para a espécie. Persiste a
ausência de análise financeira na validação e aprovação de ações de
florestação, nomeadamente e principalmente com espécies exóticas (e invasoras).
Importa ter em conta
que, em caso de insucesso de investimento, o custo de reconversão de eucaliptal
é significativamente mais elevado do que os custos de reconversão de outras
ocupações do solo (p.e. de pinhal ou de matos e pastagens). Os contribuintes serão chamados, como já o
foram em 2017, a suportar os custos das reconversões de eucaliptal em áreas privadas,
sob pena de muito da área ocupada por esta espécie perpetuar ciclos contínuos
de incêndios florestais.
Igualmente, o Governo
sonega dados relativos ao 6.º Inventario
Florestal Nacional (IFN6)
Elaborado em 2010, o
IFN6 teve a apresentação de dados preliminares em 2013, designadamente os
relativos a ocupação florestal por área. Depois disso, e até hoje, continua por
disponibilizar os demais dados relativos a este inventário aos recursos
florestais em Portugal. Entre estes incluem-se os dados relativos à situação fitossanitária (pragas e doenças), os relativos
a volumes disponíveis por espécie ou de biomassa, a par dos indicadores de
biodiversidade.
Curiosamente, a segunda
fase de planos regionais de ordenamento florestal (PROF), em processo de discussão
e aprovação, tem por base dados do inventário florestal de 2005 (IFN5), apesar
de um outro mais recente ter pesado no erário público. O que correu mal? O que não interessa ao Governo que seja divulgado?
DADOS COMPLEMENTARES
Sem comentários:
Enviar um comentário