sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Em quase 2 anos, o ministro da Agricultura tem andado a encanar a perna à rã, com travão frouxo ao eucalipto

Na sequência do comunicado de ontem, emitido pela QUERCUS e pela ACRÉSCIMO, sobre a expansão legal de quase 10 mil hectares de plantações de eucalipto em Portugal, ocorrida desde outubro de 2013, o ministro da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural veio argumentar que a mesma, ao longo do ano de 2016 e do primeiro semestre de 2017, é da responsabilidade do anterior Governo. Será?


O ministro em reação ao comunicado da QUERCUS e da ACRÉSCIMO, baseado em dados do ICNF, argumentou que, no âmbito do Programa do Governo, foi apresentada no Parlamento, em abril de 2017, uma proposta de alteração à “lei que liberaliza a plantação de eucaliptos”.

Pergunta-se: Qual o motivo para o ter feito apenas em abril de 2017 quando, no próprio Parlamento, o ministro havia anunciado, a 19 de janeiro de 2016, que a proposta de alteração ao Decreto-lei n.º 96/2013, de 19 de julho, estava praticamente concluída?

Pergunta-se ainda: Tratando-se de uma alteração a um Decreto-lei, em cumprimento ao acordo de compromisso assumido com o PEV, qual o motivo para o Governo ter colocado o problema ao Parlamento e não o ter assumido, ainda no primeiro semestre de 2016, por decisão do Conselho de Ministros?

As questões finais: Qual o motivo para a Lei n.º 77/2017, de 17 de agosto, resultante da proposta do Governo de abril de 2017, não ter entrado em vigor aquando da sua publicação, ou nos 30 dias após a mesma? Qual a razão para a entrada em vigor ocorrer só após 180 dias, ou seja, já em fevereiro de 2018? Terá sido para viabilizar mais duas campanhas de plantação?


Em conclusão. Não é difícil constatar que o ministro Capoulas Santos, por motivos que só ele poderá esclarecer, tem andado a encanar a perna à rã, com um travão frouxo à expansão das plantações de eucalipto em Portugal. Importa, contudo, ter presente os riscos sociais, ambientais e económicos desta irresponsabilidade politica. Anote-se o impacto crescente desta espécie exótica nos incêndios em Portugal e o peso que teve no incêndio de Pedrogão Grande.





   

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