quinta-feira, 20 de julho de 2017

Quanto custa a prevenção dos incêndios florestais em Portugal?

A QUERCUS e a ACRÉSCIMO fizeram as contas:
Tendo em conta os fatores considerados, do cálculo efetuado pela QUERCUS e pela ACRÉSCIMO, resulta que o preço anual da prevenção florestal em Portugal é de 165 milhões de euros por ano, valor muito abaixo dos prejuízos anuais causados à economia portuguesa pelos incêndios florestais, que estão avaliados em Mil Milhões de Euros. É necessário assim mais investimento na prevenção e ordenamento florestal, de modo a inverter esta situação.

Para os cálculos efetuados pela QUERCUS e pela ACRÉSCIMO, foram tidos em conta os custos associados à abertura da rede primária de gestão de combustíveis (FGC), à criação de faixas e mosaicos (FGC), as primeiras junto da rede viária, de edificações em meios rurais, junto a aglomerados urbanos e a polígonos industriais.

A abertura e beneficiação de caminhos florestais, a valores médios por concelho de 15 quilómetros e de 70 quilómetros, respetivamente, bem como a recuperação e restauro de casas florestais foram também tidas em consideração.

Foram igualmente considerados os encargos com o apoio, por 5 anos, a equipas de Sapadores Florestais, em recursos humanos e materiais, prevendo a criação de duas equipas por concelho, bem como com a contratação de vigilantes por um período de quatro meses ao ano (junho a setembro).

Aos cálculos efetuados pelas duas Associações acrescem ainda os encargos com a arborização de 1% da área continental nacional com espécies de folhosas autóctones de baixa combustibilidade, a realização do cadastro florestal simplificado em 1 milhão de hectares e a recuperação de 10 mil hectares por ano de áreas ardidas.

Valor estimado dos prejuízos anuais causados à economia portuguesa pelos incêndios florestais é de Mil Milhões de Euros

De acordo com uma avaliação estritamente económica, realizada em 2012 por um grupo de 21 personalidades, entre os quais um ex-Presidente da República, ex-Ministros e ex-Secretários de Estado, bem como por economistas e agrónomos conceituados, o país assume um custo anual com os incêndios florestais avaliado em mil milhões de euros.

http://expresso.sapo.pt/economia/incendios-custam-mil-milhoes-por-ano=f764326

Não contabilizando os incalculáveis custos com a perda de vidas humanas, aos encargos económicos há que associar os encargos ambientais e sociais. Entre estes, os associados à delapidação de recursos naturais, com destaque para o solo, a depreciação do Território, com impacte na paisagem e no turismo rural, e com os prejuízos para a Saúde Pública, decorrentes do aumento da poluição para a atmosfera e para o meio aquático.

Não restam, pois, dúvidas sobre a imperiosa necessidade em atuar urgentemente sobre este problema nacional.

A QUERCUS e a ACRÉSCIMO apelam assim a mais investimento na prevenção e ordenamento florestal e sanções para os municípios que não cumpram a legislação de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

É inadmissível que ano após ano exista cada vez mais investimento em combate aos incêndios do que na prevenção dos mesmos.

Também é necessária uma mudança de paradigma no ordenamento florestal, com uma maior utilização de espécies autóctones.

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