O Ministério
da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) definiu,
no âmbito do OE2013, as suas opções para 2013 no que respeita à política
florestal:
- Melhorar a competitividade no setor florestal, particularmente através da Estratégia Nacional para as Florestas, do Inventário Florestal Nacional e dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal;
- Estabelecer um programa de prevenção fitossanitária da floresta (englobando ações de prevenção estrutural e de beneficiação de áreas ardidas);
- Operacionalizar a bolsa de terras (terras para fins agrícolas, florestais e silvopastoris).
Estratégia
e planos não são mais do que processos de intenções, estes já inúmeras vezes anunciados
e que, após vários anos sem concretização visível, em nada contribuem para a
melhoria da competitividade do setor florestal, muito pelo contrário, só a
prejudicam e colocam em causa a credibilidade do poder executivo. Para a sua
concretização terão de ter implícito o envolvimento concreto dos agentes
económicos e demais parceiros ligados direta e indiretamente às florestas, o
que à partida pode nem estar assegurado.
Sobre
tais processos de intenção, qual a calendarização prevista? Espera-se do MAMAOT
algo que possa ser mensurável, até para atestar da credibilidade das anunciadas
propostas.
Importa
referir que a melhoria da competitividade do setor florestal não será atingível
com a produção de documentos de boas intenções, nem com inventários de
existências passadas, muito menos com planos de ordenamento que ora vigoram,
ora são suspensos. A competitividade do setor está dependente da produtividade
silvícola (a menos que a aposta seja no reforço das importações de matérias
primas florestais), sendo que esta é consequência da melhoria dos rendimentos
na silvicultura e, assim, de uma gestão ativa e sustentável das florestas.
O
programa de prevenção fitossanitária da floresta será na verdade um plano de
contenção de prejuízos, de prevenção já vem demasiado tarde. Aliás, com o
governo em funções à quase dois anos, sendo este um problema premente, como se
justifica só em 2013 a elaboração de um plano pelo MAMAOT? A sua concretização
será ainda para 2013? Não se correrá aqui o risco de tudo acabar, como no caso
do cadastro rústico, numa mera comissão?
Sobre
a operacionalização da bolsa de terras, no caso concreto para fins florestais,
face às especificidades da atividade silvícola, não se esperam resultados
significativos, a menos que a área da Mata Nacional de Leiria e demais áreas
públicas e baldias no litoral entrem em bolsa.
Efetivamente,
há várias décadas que o setor tem vivido de anúncios de intenções, os
resultados evidenciados são cada vez mais preocupantes. Há assim que passar a
ter tolerância zero sobre mais anúncios de caráter político! Já muito papel foi
escrito com propostas de intenções, no essencial não concretizadas.
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