Ao
longo das últimas décadas, o peso económico das florestas em Portugal evidenciou
um progressivo declínio, com
consequências várias ao nível social e ambiental.
Desde
1996, foi diagnosticado (Poyry, BPI, Agro.ges) que as florestas em Portugal revelavam
clara evidência de subaproveitamento
e de sobre-exploração.
No atual momento
de crise, o valor financeiro das exportações parece ser o fator mais relevante
para o Governo e para os analistas económicos, todavia existe uma grande
preocupação sobre o seu impacto na degradação dos recursos naturais que, apesar
de renováveis, carecem de medidas que assegurem a sua sustentabilidade.
Os atuais números
sobre as florestas e a silvicultura em Portugal, baseados nas estatísticas
oficiais e noutras fontes credíveis, são preocupantes:
67% representam o decréscimo
do peso do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura no VAB nacional, ou
seja, de 1,2% em 1990 desceu para 0,4% em 2010.
(Fonte: INE, 2012)
|
40% respeitam à redução
do impacto das fileiras florestais no Produto Interno Bruto (PIB), de 3% em
2000 para 1,8% em 2010.
(Fonte: GPP/MAMAOT 2012).
|
1.500.000 hectares é
a estimativa de solos abandonados em Portugal. Está área corresponde a 43% da
superfície florestal portuguesa e a 17% da área continental de Portugal.
(Fonte. Secretaria de Estado das Florestas e do
Desenvolvimento Rural, 2012).
|
|
1.500.000 hectares representam a área
florestal ardida acumulada ao longo da última década (2002/2012). Está área acumulada
corresponde a 43% da superfície florestal portuguesa e a 17% da área continental
de Portugal.
(Fonte: ICNF, 2012)
|
74.200.000 Euros correspondem
ao montante desperdiçado em 2012 no combate direto aos incêndios florestais, valor
esse 10.3% superior ao montante gasto em 2011.
(Fource: ANPC,
2012).
|
1.000.000.000 Euros/ano é a
estimativa do custo médio dos incêndios florestais em Portugal, quer na perspetiva
ambiental quer na socioeconómica.
(Fonte: Manifesto pela floresta contra a
crise, 2012).
|
|
2.400.000 toneladas de CO2 eq foram emitidas
para a atmosfera na última década, de acordo com o recente relatório da Plataforma
para o Crescimento Sustentável (PCS), em resultado dos incêndios florestais. Todavia,
estudos científicos apontam para valores no mínimo 10 vezes superiores aos
apontados no relatório da PCS.
(Fonte: www.atmos-chem-phys.net/11/2625/2011/).
|
|
5.700.000 barris de petróleo correspondem ao
desperdício equivalente às perdas decorrentes dos incêndios florestais na última
década. Valor esse que se aponta ser muito superior.
(Fonte: Relatório para o Crescimento Sustentável, PCS,
2012).
|
|
35% correspondem à média
registada na distribuição da área florestal ardida em Portugal, entre 2000 e
2009, no conjunto dos 5 países do Sul da Europa.
(Fonte: Espírito Santo Research, BES, 2011).
|
|
100% refletem o acréscimo
da área de eucalipto nos últimos 30 anos. Não estão ainda disponíveis os
dados do último Inventário Florestal, todavia estima-se que as plantações de
eucalipto em Portugal, com a quinta maior área a nível mundial, tenham
aumentado para perto de 1 milhão de hectares. Esta evolução ocorre apesar do
registo de indícios de abandono da gestão dos eucaliptais, da elevada
combustibilidade da espécie e da produtividade média anual se manter em
valores registados em 1928.
|
|
700.000.000 Euros correspondem
ao montante de fundos públicos gastos no apoio à florestação, apenas para uma
das espécies florestais portuguesas, nos últimos 20 anos. Este montante
poderia ter resultado em 350 mil novos hectares com esta espécie lenhosa; contudo
esta mesma espécie registou, no mesmo período, uma redução de área em cerca
de 400 mil hectares. Poderão os fundos públicos utilizados no apoio à
floresta ter promovido a “indústria” do fogo em Portugal?
|
|
16 anos é o período de tempo que
decorreu desde a aprovação na Assembleia da República, por unanimidade, da
Lei de Bases da Política Florestal, publicada em agosto de 1996. Contudo, após
este período, a lei não tem concluído o seu processo de regulamentação. O
processo de regulamentação da lei passou já pela mão de 7 ministros.
|
|
Sem comentários:
Enviar um comentário