O Instituto Nacional de Estatística (INE) apresentou
hoje as Contas Económicas da Silvicultura (CES)
relativas ao ano de 2017 (dados provisórios).
Depois
de uma ligeira subida, registada entre 2009 e 2015, em 2016 teve início um novo
período de declínio.
Tendo em conta a importância do sector silvoindustrial em Portugal,
não é razoável que o INE careça de um período de ano e meio para a apresentação
de dados provisórios sobre a atividade silvícola e de exploração florestal.
Mesmo para a redefinição de estratégia, este longo período é incompatível com a
duração de uma legislatura. Seria importante que o INE atribuísse maior prioridade
à recolha, ao tratamento e subsequente divulgação destas Contas Económicas.
Na sequência dos incêndios registados em 2017 e apesar do
resultado positivo no preço da cortiça, os resultados globais, em termos de
Valor Acrescentado Bruto (VAB) e do Rendimento Empresarial Líquido (REL)
acentuam a queda iniciada em 2016.
O REL da silvicultura e exploração florestal registou um
decréscimo de 6,9% em 2016 e uma queda de 3,3% em 2017.
O valor do VAB da silvicultura em relação ao VAB nacional é
agora de 0,5%. Em 2000 atingia os 1,2%. Neste rácio, entre 2016 e 2017 Portugal
baixa uma posição a nível da União Europeia. Da nona posição de 2016 baixa para
a décima em 2017, situando-se agora atrás da Eslováquia e antes da Roménia.
Em
2016, 2017 e 2018, Portugal registou a maior área ardida na União Europeia. Foi
a primeira vez que este registo se prolonga por três anos consecutivos. O facto
tem e terá fortes impactos na economia da silvicultura e exploração florestal.
Até
ao presente, o Valor Acrescentado Bruto (preços correntes) e o Rendimento Empresarial
Líquido da silvicultura estão muito aquém dos valores registados em 2000. Nesse
ano foi registada uma queda abrupta, na altura sob o mandato do atual ministro
da Agricultura, Capoulas Santos.
Não
são visíveis na atual legislatura medidas governamentais para contrariar a quebra
de rendimento e perda de importância económica da silvicultura e da exploração
florestal. O rendimento é um fator preponderante para assegurar uma gestão ativa
e uma consequente contenção dos riscos com incêndios, pragas e doenças.
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