A
ACRÉSCIMO mantém e reforça as dúvidas quanto às virtudes da
certificação florestal enquanto garantia, à sociedade, de uma
gestão sustentável nas áreas detentoras de certificado.
Em
causa, acresce a debilidade do sistema de controlo à adição de
madeira proveniente de áreas não certificada à madeira colhida em
áreas detentoras de certificado emitido pelo FSC
(Forest
Stewardship Council)
e PEFC
(Programme for the Endorsement of Forest Certification).
O
circuito entre a mata e o destino fabril é susceptível de
contaminação de madeira proveniente de áreas certificadas com
madeira externa, não certificada. Esta ocorrência compromete a
garantia dada pelos sistemas de certificação a quem opte pela
aquisição, com custo acrescido, de produtos de base florestal com
certificado FSC e PEFC. O sistema de controlo baseado na facturação
está longe de evitar essa contaminação, sobretudo no que respeita
à madeira de eucalipto, o produto com maior expressão neste tipo de
certificação.
Havendo
entidades certificadas que adoptaram procedimentos complementares de
controlo, o facto é que a maioria, sobretudo nas regiões do Centro
e do Norte, não o faz.
A
par do risco de contaminação de madeira certificada por não
certificada, a ACRÉSCIMO tem vindo a alertar para outras
fragilidades destes sistemas de certificação.
O
tipo de monitorização da aplicação de resíduos industriais em
areas florestais certificadas é um deles. Não existem procedimentos
públicos que assegurem a monitorização dos riscos. Esta situação
persiste há vários anos, podendo colocar em causa a saúde pública.
A
possibilidade da certificação imediatamente antes da venda da
madeira é outro facto que merece crítica. Com efeito, o objecto da
certificação, o garantir uma gestão florestal sustentável, fica
seriamente comprometido. Mas, as vantagens para os agentes da fileira
florestal ficam garantido: vende com preço acrescido um produto com
forte possibilidade de vício no sistema.
Os
representantes em Portugal dos sistemas de certificação florestal
FSC e PEFC têm de decidir se este instrumento de mercado tem as
virtudes que dizem assegurar, ou se não passa de um engodo aos
consumidores e contribuintes.
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