Ministro
da Agricultura anunciou a criação de outra empresa publica para gerir áreas de
ocupação florestal
O Governo anunciou
a criação de uma empresa pública de desenvolvimento e gestão florestal, a
sediar em Figueiró dos Vinhos. Segundo o ministro da Agricultura, em declaração
proferida no Parlamento, a nova empresa “visa demonstrar como pode ser
profissionalmente gerida a floresta, como pode dar rendimento e como se pode
prevenir os incêndios”
Na verdade, trata-se da criação de mais uma empresa pública de
desenvolvimento agroflorestal. O Estado detém já a 100% a Lazer & Floresta,
S.A., embora sediada em Lisboa.
Para além da criação de uma nova estrutura, um
novo conselho de administração, de novas estruturas diretivas intermédias,
haverá mais valia em termos de gestão florestal de uma empresa pública face aos
serviços prestados pela Administração Pública?
Condicionado que tem sido, pelos vários
Governos, o desempenho da autoridade florestal nacional, hoje protagonizada
pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), as
consequências foram dramaticamente visíveis no passado ano. O Património do
Estado ocupado por florestas, concretamente as Matas Nacionais, foi severamente
destruído na sequência do abandono a que foi sujeito nas últimas décadas. Será
diferente o panorama quando a gestão florestal é da responsabilidade de uma
empresa pública?
Analisado o caso de gestão florestal pela
empresa pública Lazer & Floresta, concretamente nas Herdades da Caveira e
da Ervideira, foi constatado pela Acréscimo, o mesmo padrão de abandono a que foram submetidas as Matas Nacionais,
incluindo desde novembro de 2015. A visita ocorreu 7 dias depois de, no
Parlamento, o ministro da Agricultura ter anunciado a intenção de criar mais
uma empresa pública. Ao contrário do objetivo traçado pelo ministro, na área
gerida pela empresa pública já existente, situada no concelho da Chamusca, não
foi visível uma gestão profissional, nem virada para o rendimento, muito menos para
a prevenção de incêndios. O mato era abundante, arbustivo e eram numerosas as
árvores mortas. Concretamente sobreiro, a Árvore Nacional de Portugal.
Com
certeza, Figueiró dos Vinhos merece toda a atenção no que respeita a medidas de
apoio ao desenvolvimento rural e às florestas. Todavia, era de esperar maior
empenho por parte do Governo, que não o de distribuir mais cargos diretivos por
mais empresas públicas e no decurso de um histórico de gestão muito pouco
profissional, sobretudo no que respeita à prevenção de incêndios.
Mais informação em:
Localização das Herdades da Caveira e da Ervideira (Doc.
Lazer & Floresta):
Elementos técnicos sobre as Herdades da Caveira e da
Ervideira (Doc. Lazer & Floresta):
Recolha de imagens (por Acréscimo):
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