sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Capoulas Santos tem sido o pior dos ministros que até hoje detiveram o pelouro das florestas

Desde antes do inicio do século (de 04/10/1998 a 06/04/2002), ficou marcada a incompetência do então ministro da Agricultura e da sua equipa para lidar com os assuntos das florestas. Capoulas Santos foi incapaz de assegurar os interesses do Estado ao lidar com o aparecimento da doença do nemátodo da madeira de pinheiro bravo em Portugal. Fica no histórico a maior queda no rendimento da silvicultura, queda essa que até hoje não foi recuperada para os índices até então históricos. Está-se hoje tão só por metade.
 
Rendimento Empresarial Líquido da Silvicultura

Fonte: INE, Contas Económicas da Silvicultura

Mais recente (desde 26/11/2015), fica para a história a maior área ardida de sempre em Portugal num tão curto espaço de tempo. O registo acumulado é superior a 700.000 hectares, em 2016 e 2017. Pior, fica no currículo do atual ministro da Agricultura a pior área ardida em Matas Nacionais, em particular, na Mata Nacional de Leiria. Neste último caso, fica registada quer a incompetência em assegurar meios para uma gestão silvícola preventiva, quer a incapacidade para defender os interesses do Estado na venda do material lenhoso ardido. Já nem se argumenta quanto às medidas pós-incêndio, de contenção dos solos e salvaguarda das linhas de água.

No período mais recente, fica igualmente evidente o uso da manha como ato político. Com efeito, o que estaria pronto em semanas, no início de 2016, apenas entrará em vigor em 2018. Isto no que respeita ao cumprimento do programa do governo, quanto ao travão à expansão do eucalipto. Neste domínio, apesar do anúncio de travão, fica no histórico o ter garantido mais autorizações e validações de plantações de eucalipto do que a sua antecessora. E, a diferença é substancial e ainda não totalmente conhecida. Se o objetivo desta postura de manha é o de assegurar os interesses da indústria papeleira, pode muito bem estar enganado. Tende mais a servir os interesses do sector energético, os grupos industriais ligados à utilização de biomassa florestal para a produção de pellets energéticas ou de produção de energia elétrica.

Igualmente, o atual ministro da Agricultura tem-se mostrado incapaz de elaborar uma verdadeira proposta de reforma para as florestas, assente numa visão de médio a longo prazo, numa estratégia consensual. Ficou tão só por uma “reforma” de retalhos, um pacote que ficou sujeito ao acréscimo de uma vasta amálgama de propostas corretivas que, no seu conjunto, tendem a gerar aberrações legislativas.

Infelizmente, é também este o ministro que durante mais tempo deteve o pelouro governamental das florestas, após abril de 1974.

Merece, contudo, destaque o papel do ministro Capoulas Santos no anúncio de “boas novas”, de milhões a rodos, cuja execução física sabe que nunca será escrutinada. Neste domínio, o ministro Capoulas Santos tem tido um comportamento de verdadeiro Pai Natal. As prendas anunciadas é que tendem a não ser entregues.


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