Há vários anos que a Acréscimo tem vindo a
manifestar dúvidas sobre a credibilidade dos sistemas de certificação
ambiental, em concreto os associados às florestas e às atividades florestais,
nomeadamente no que respeita à monitorização da aplicação de resíduos
industriais essencialmente em áreas de plantações de eucalipto.
Nos tempos mais recentes, as dúvidas têm
aumentado quando se assiste à revolta das populações quanto à poluição no rio
Tejo.
Conforme tem vindo a público, quer no canal
público de televisão, quer em movimentos de cidadãos, no centro do conflito
estão unidades fabris da indústria papeleira com certificações (ditas)
ambientais, designadamente:
- da ISO – International Standards Organization (Norma 14001:2015);
- do EMAS – Eco-Management and Audit Scheme da União Europeia; bem como,
- do FSC – Forest Stewardship Council; e,
- do PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification.
No caso destes dois últimos esquemas (FSC e
PEFC), a par das questões anteriormente levantadas, quanto à monitorização da
aplicação de resíduos industriais em áreas florestais certificadas, coloca-se
agora, ao nível da cadeia de responsabilidade, o respeito pelas responsabilidades,
princípios e critérios que dizem estar na base da sua existência nos mercados e
no serviço que anunciam prestar aos consumidores a nível global.
Com
efeito, as situações relatadas no Tejo não compaginam respeito pelas
responsabilidades, princípios e critérios básicos aceites como certificáveis,
mesmo quanto as autoridades, o Estado, neste caso em concreto, aparenta não
cumprir com as tarefas fundamentais inscritas na Constituição da República
Portuguesa em matéria de Ambiente (Art.os 9.º e 66.º)
No caso da poluição no rio Tejo, em causa podem estar ainda o
respeito por legislação da União Europeia, entre outra, da Diretivas 2000/60/CE
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro, da Diretiva 86/278/CEE
do Conselho, de 12 de junho.
Neste contexto:
- A Acréscimo alerta para a necessária vigilância, por parte dos consumidores e suas organizações, para a diferença entre o serviço que dizem prestar e o que efetivamente é prestado pelos esquemas de certificação ambiental.
- Constituindo a situação de poluição no rio Tejo em caso escandaloso de retrocesso civilizacional, a Acréscimo associa-se à iniciativa da ProTEJO – Movimento pelo Tejo, a 4 de março próximo, em Vila Velha de Ródão.
Vila Velha de Ródão, junto à Celtejo - Empresa de Celulose do Tejo, SA
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