Tem sido notório o reconhecimento
institucional e mediático sobre a maior resiliência das áreas florestais na
posse de grupos indústrias aos incêndios florestais.
Todavia, as áreas próprias representam
menos de 20% das necessidades de matéria prima lenhosa por parte de uma indústria
papeleira em expansão fabril.
Na última
década, estas áreas próprias registaram uma diminuição superior a 33 mil
hectares.
A redução
da área de autoabastecimento ocorre em contraciclo com o aumento da capacidade
industrial que vem sendo crescentemente instalada. Mais, tal redução em áreas
próprias ocorreu em sentido inverso ao da expansão da área de plantações de eucalipto
em Portugal. Só entre 2005 e 2010 o acréscimo de área de plantações de
eucalipto em Portugal, de acordo com os dados oficiais, foi superior a 40 mil
hectares. Mas, segundo a indústria papeleira, esse aumento foi insuficiente, facto
que motivou a “lei que liberaliza a plantações de eucalipto”.
Na mesma
década, do total da área ardida em povoamento florestais 43% foi registada em
plantações de eucalipto. No presente ano, até 31 de agosto, 69% da área ardida
em povoamentos florestais atingiu plantações com esta espécie exótica.
Reconhecidamente, à expansão das áreas
de plantações de eucalipto alheias à indústria papeleira, mas essenciais para
suprir as suas carências em madeira, tem sido associado um aumento do risco de catástrofes.
O presente ano tem sido disso elucidativo.
O aumento do risco associado às
plantações de eucalipto tem de ser, social, ambiental e economicamente
combatido.
Assim:
A Acréscimo exorta o Governo a definir áreas mínimas de autoabastecimento
por parte da indústria florestal a operar ou a licenciar em Portugal,
penalizando o recurso ao abastecimento a partir de terceiros através da criação
de uma taxa de reposição florestal (valor/árvore a suportar pela procura), a qual deve constituir um reforço de
receita ao Fundo Florestal Permanente.
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