Em matéria de política florestal, o Ministério da
Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT)
evidencia ter uma intervenção politicamente ambígua.
Por um lado, a Ministra justifica que, a criação do
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), resultante da fusão
da Autoridade Florestal Nacional (AFN) com o Instituto de Conservação da
Natureza e da Biodiversidade (ICNB), tem inerente a introdução da “visão da conservação da natureza na floresta – o que significa juntar a
perspetiva da conservação e da biodiversidade
com a perspetiva da produção florestal...".
Por outro, com a recente proposta de alteração
da regulamentação das ações de florestação com espécies de rápido crescimento,
em concreto com eucalipto, com o objetivo simplista de reforçar o valor
bruto das exportações, o Ministério parece querer repescar uma iniciativa do
Estado Novo (campanha do trigo), ao mesmo tempo que, ao não assegurar serviços
de extensão rural, adota uma atitude facilitista, tão característica do último
decénio de governação do País.
Neste último caso, não considera o valor líquido
das exportações, ou seja, não entra em linha de conta com o passivo resultante
da depreciação ou destruição de recursos naturais, da conservação da Natureza e
da biodiversidade, remetendo para as gerações futuras os impactos negativos da sua
iniciativa. Esta é, aliás, uma atitude que evidencia contrariar os princípios
de desenvolvimento sustentável que Portugal assumiu internacionalmente respeitar.
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