sexta-feira, 13 de julho de 2012

Exportações: “Meia bola e força”, depois logo se vê.


Em matéria de política florestal, o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) evidencia ter uma intervenção politicamente ambígua.

Por um lado, a Ministra justifica que, a criação do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), resultante da fusão da Autoridade Florestal Nacional (AFN) com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), tem inerente a introdução da “visão da conservação da natureza na floresta – o que significa juntar a perspetiva da conservação e da biodiversidade com a perspetiva da produção florestal...".

Por outro, com a recente proposta de alteração da regulamentação das ações de florestação com espécies de rápido crescimento, em concreto com eucalipto, com o objetivo simplista de reforçar o valor bruto das exportações, o Ministério parece querer repescar uma iniciativa do Estado Novo (campanha do trigo), ao mesmo tempo que, ao não assegurar serviços de extensão rural, adota uma atitude facilitista, tão característica do último decénio de governação do País.

Neste último caso, não considera o valor líquido das exportações, ou seja, não entra em linha de conta com o passivo resultante da depreciação ou destruição de recursos naturais, da conservação da Natureza e da biodiversidade, remetendo para as gerações futuras os impactos negativos da sua iniciativa. Esta é, aliás, uma atitude que evidencia contrariar os princípios de desenvolvimento sustentável que Portugal assumiu internacionalmente respeitar.


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