No dia de apresentação do Dispositivo Especial
de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) para 2017, a ocorrer na Lousã, importa
questionar da fiabilidade dos números tornados públicos sobre a área ardida em
Portugal.
Os factos:
De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI)
de 2016, hoje citado pelo jornal Observador,
registaram-se 13.333 incêndios florestais, menos 18,2% do que em 2015, que
consumiram 154.944 hectares, mais do dobro do que em 2015.
De acordo com o 9.º Relatório Provisório de Incêndios
Florestais, referente ao período de 1 de janeiro a 15 de outubro de 2016, o último
até à data disponibilizado no site do
Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que faz referência
à base de dados nacional de incêndios florestais, foram registados 160.490
hectares de área ardida, entre povoamentos (85.785 hectares) e matos (74.705 hectares).
Entre 15 de outubro e 31 de dezembro foi registada ainda área
ardida, a qual consta nos dados disponibilizados pelo EFFIS (European Forest Fire Information System).
Dos dados de área ardida constantes no RASI para
o ano de 2016 aos disponibilizados pelo ICNF, só até 15 de outubro, registam-se
mais de 5,5 mil hectares, ou seja, mais de metade da área do concelho de
Lisboa.
Na apresentação hoje do DECIF para 2017,
seria interessante ter números mais seguros sobre a área ardida e o número de
incêndios registados em Portugal em 2016.
Já, no passado, se registaram várias fontes
com diferentes registos sobre incêndios florestais em Portugal. O facto é
gerador de falta de credibilidade, mais ainda num país que, na Europa, regista
um impacto significativo no que respeita a este fenómeno.
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