As florestas entraram na campanha eleitoral de forma enviesada. É
certo que urge uma resposta nacional à maior migração do pós II Guerra Mundial,
mas as florestas portuguesas estão longe de ser o local para o usufruto de uma “oportunidade”
que possa resultar desta catástrofe humanitária.
O problema das florestas portuguesas, em mais
de 90% privadas, não é de falta de mão de obra não qualificada. É sim de falta
de rendimento. Para tal, atuais e antigos governantes têm forte
responsabilidade, muita dela resultante do protecionismo a interesses financeiros
a jusante da atividade silvícola.
A ideia, transmitida por responsáveis políticos,
de que limpar as florestas é como limpar o pó em casa resulta de ignorância ou
de oportunismo. A limpeza de florestas é uma operação especializada que envolve
a intervenção de técnico e operadores qualificados. Todavia, o envolvimento destes
profissionais está e estará sempre condicionada pelo rendimento que as
florestas geram.
Com soluções para um adequado rendimento nas florestas e com a
qualificação das pessoas para nelas intervir profissionalmente, ai sim, as
florestas podem vir a gerar o suporte financeiro para muitas das famílias
nacionais e de migrantes no interior desertificado de Portugal.
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