Nos
últimos 20 anos, o valor económico das florestas portuguesas tem conhecido um declínio progressivo, o
que aporta repercussões aos níveis social e ambiental.
67%
Representa
o decréscimo do peso do Valor Acrescentado Bruto (VAB) da silvicultura no VAB
nacional, ou seja, de 1,2% registado em 1990 baixou para 0,4% em 2010.
40%
Corresponde à redução do impacto da fileira florestal (floresta e indústria de
base florestal) no Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, de 3,0% em 2000 reduziu
para 1,8% em 2010.
250 M€
Respeitam
à redução aproximada no Rendimento Empresarial Líquido na Silvicultura (produção
florestal) no período 2000/2010. Será esta a causa preponderante para o progressivo
abandono da gestão dos solos florestais em Portugal?
1,5
milhões de hectares
O equivalente à área de solos abandonados
em Portugal, correspondem à superfície ardida acumulada na presente década (2002/2012).
Esta área acumulada corresponde a 43% da área florestal total e a 17%
da área terrestre nacional.
700 M€
Respeitam ao montante de apoios públicos utilizados no financiamento à florestação
só para uma espécie florestal nos últimos 20 anos. Este valor poderia ter
potenciado 350 mil novos hectares desta espécie, contudo a área da mesma regrediu
cerca de 400 mil hectares neste período. A aplicação dos impostos pagos pelos
contribuintes pode ter acabado por potenciar a “indústria do fogo” em Portugal.
16 anos
É o
período de tempo que decorre desde a aprovação, por unanimidade no Parlamento,
da Lei de Bases da Política Florestal, publicada em agosto de 1996. A lei está
ainda por regulamentar nas suas medidas e instrumentos essenciais. O processo
de regulamentação passou já por 6 diferentes ministros e está agora, há cerca
de ano e meio, sob a responsabilidade da ministra Assunção Cristas.
Tudo isto era de esperar depois da redução das funções atribuidas aos Serviços Florestais e mesmo da sua quase extinção. Deparamo-nos hoje com inúmeras áreas até há alguns anos cobertas de pinhal, que foram consumidas por incêndios e não mais foram replantadas. O abandono da floresta é bem visível no país, com as consequências drásticas que os números mostram. Ainda há dias,e bem, António Barreto salientava a necessidade de se fortalecerem esses Serviços e destes terem um papel muito mais ativo na gestão florestal do país. Quando tanto se fala de alterações climáticas, podendo a floresta minimizar esses efeitos, não se entende a inércia que o setor está a viver.
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