De acordo com notícia recente, difundida pela
Comunicação Social, o secretário de Estado das Florestas terá anunciado no
Parlamento um balanço positivo da prevenção aos incêndios florestais.
Um balanço é realizado em função de resultados,
resultados esses que estão ainda longe de ser concretizados. Um balanço positivo em matéria
de incêndios florestais será possível se ficar evidente que as operações
realizadas tiveram impacto positivo ao nível da propagação dos incêndios. Ora,
a “procissão ainda vai no adro”, a fase crítica de 2013 ainda está por começar.
Feitas nesta fase, tais afirmações são politicamente irresponsáveis e vergonhosamente
demagógicas.
Distribuição da área ardida no Sul da Europa (média 2000-2009). O histórico está longe de ser contrariado.
Ainda de acordo com nota da Agência Lusa, terá
ainda afirmado o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural
que, citamos: «a
única coisa que vai minimizar os incêndios é uma gestão ativa da floresta».
Também aqui as coordenadas estão erradas. Efetivamente, o que pode minimizar os
incêndios é a existência de perspetivas de negócio na atividade florestal, negócio
esse inserido nos princípios da Economia Verde. Negócio esse que permita
custear os encargos com uma gestão florestal ativa, o que hoje não acontece em
parte muito significativa do território. Pelo contrário, o governo abstém-se de
intervir no acompanhamento dos mercados, mercados esses monopolizados por alguns
agentes que atuam a jusante da floresta. A ausência de uma gestão ativa (o efeito)
em parte muito considerável da área florestal nacional, tem resultados numa
mais fácil propagação dos incêndios florestais (a consequência), decorrentes da
falta de rentabilidade do negócio de produção de bens e de serviços a partir
dos solos ocupados com floresta (a causa).
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