quinta-feira, 20 de junho de 2013

Prevenção de incêndios florestais: hora de balanço?

De acordo com notícia recente, difundida pela Comunicação Social, o secretário de Estado das Florestas terá anunciado no Parlamento um balanço positivo da prevenção aos incêndios florestais.

Um balanço é realizado em função de resultados, resultados esses que estão ainda longe de ser concretizados. Um balanço positivo em matéria de incêndios florestais será possível se ficar evidente que as operações realizadas tiveram impacto positivo ao nível da propagação dos incêndios. Ora, a “procissão ainda vai no adro”, a fase crítica de 2013 ainda está por começar. Feitas nesta fase, tais afirmações são politicamente irresponsáveis e vergonhosamente demagógicas.

Distribuição da área ardida no Sul da Europa (média 2000-2009). O histórico está longe de ser contrariado.

Ainda de acordo com nota da Agência Lusa, terá ainda afirmado o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural que, citamos: «a única coisa que vai minimizar os incêndios é uma gestão ativa da floresta». Também aqui as coordenadas estão erradas. Efetivamente, o que pode minimizar os incêndios é a existência de perspetivas de negócio na atividade florestal, negócio esse inserido nos princípios da Economia Verde. Negócio esse que permita custear os encargos com uma gestão florestal ativa, o que hoje não acontece em parte muito significativa do território. Pelo contrário, o governo abstém-se de intervir no acompanhamento dos mercados, mercados esses monopolizados por alguns agentes que atuam a jusante da floresta. A ausência de uma gestão ativa (o efeito) em parte muito considerável da área florestal nacional, tem resultados numa mais fácil propagação dos incêndios florestais (a consequência), decorrentes da falta de rentabilidade do negócio de produção de bens e de serviços a partir dos solos ocupados com floresta (a causa).

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